Número DCCCXVI (816) – 4 de março de 2023
A ECONOMIA É SUPREMA?
Se um homem está cego em relação à apostasia,
Encontrará sua família e seu país em ruínas.
Apesar da única narrativa oficial aceitável no atual mundo de mentiras, segundo a qual Adolf Hitler era o diabo encarnado e os nazistas foram os únicos responsáveis por todos os crimes de guerra da Segunda Guerra Mundial, poucas pessoas negam que entre 1933, quando os nazistas chegaram ao poder, e 1939, quando estourou a Segunda Guerra Mundial, houve na Alemanha uma notável recuperação econômica em benefício de todo o povo alemão. Isso se deu devido, em grande parte, e inquestionavelmente, ao fato de a Alemanha ter escapado por alguns anos do domínio econômico que os “banksters” internacionais exercem sobre quase todas as nações do mundo, pelo qual eles impõem dívidas usurárias para manter essas nações sob seu controle político. De fato, um dos principais motivos para os mesmos banqueiros terem organizado a Segunda Guerra Mundial foi impedir que a Alemanha escapasse permanentemente de seu controle, e, depois que a Alemanha foi esmagada em 1945, esse controle foi imediatamente restaurado.
No entanto, um economista que trabalhou para essa fuga temporária dos Mestres do Dinheiro era um membro importante, mas pouco conhecido, do partido nazista, um engenheiro que se tornou economista, chamado Gottfried Feder (1883-1941), e em um trecho de um Manifesto que ele escreveu em 1919, é interessante observar tanto a força quanto a fragilidade de como ele analisa os problemas enfrentados por uma nação moderna, presa entre o capitalismo e o comunismo. Aqui está esse trecho:
Nossa maior tarefa social é a abolição da escravidão pelo interesse financeiro. Essa responsabilidade de abolir a escravidão pelo interesse financeiro está acima de todas as outras preocupações do dia. É a única solução para o maior problema do nosso tempo. Trata-se do imperativo moral mais importante em termos sociais, eleva-se em seu significado geral muito além de todos os assuntos do dia, é a solução das questões sociais, é a única saída para a terrível confusão da época. A abolição da escravidão pelo interesse financeiro nos livrará da dominação ultracapitalista, evitando tanto a destruição comunista do espírito humano como a degradação capitalista do trabalho. A abolição da escravidão pelo interesse financeiro abre caminho para uma economia verdadeiramente social ao libertar-nos do domínio avassalador do dinheiro. Abre caminho para um estado baseado no trabalho criativo e nas suas realizações genuínas.
No plano econômico, Feder certamente acertou no alvo. É pelo domínio do dinheiro, em particular pela escravidão pelo interesse financeiro, que é a forma moderna da condenável usura, que os banqueiros conseguiram construir sua supremacia mundial no caminho para impor sua tirania mundial sobre toda a humanidade, sua Nova Ordem Mundial. No plano político, Feder também vê claramente a insuficiência do comunismo ou do capitalismo para resolver os problemas sociais de uma nação moderna, e todo observador honesto do Terceiro Reich nos anos que antecederam a Segunda Guerra Mundial deve admitir que os nazistas abriram um caminho para outros países em nosso tempo, mostrando como se pode construir “um estado baseado no trabalho criativo e nas suas realizações genuínas”. Mas assim que a guerra estourou, todas essas realizações foram enterradas sob o opróbrio lançado sobre a Alemanha em todo o mundo, para desacreditar totalmente a própria ideia de “abolir a escravidão pelo interesse financeiro”. No entanto, foi o alívio temporário dessa escravidão que desempenhou um papel importante nessas realizações.
O que aconteceu para abafar a verdade? O que aconteceu foi que o verdadeiro problema da Alemanha não era econômico nem político, mas religioso. Lutero (1483-1546) havia partido a Alemanha em duas, minando a Igreja Católica: imediatamente no norte e no leste da Alemanha pelo protestantismo; e em longo prazo no sul e no oeste, pelo liberalismo que seu protestantismo sozinho tornou possível. Para reunificar a Alemanha, Hitler teve de contornar a religião e confiar na política patriótica. Mas tentar curar a impiedade com mais impiedade é como tentar apagar um incêndio jogando gasolina nele. O melhor do patriotismo ou da economia é impotente para curar a perda da religião. Agora leia novamente o parágrafo de Feder acima e veja como ele repete enfaticamente a suprema importância do problema econômico. Não é de admirar que ele, os nazistas e Hitler tenham alcançado não a salvação de seu país, mas a sua destruição, como a da Ucrânia hoje. De Deus não se zomba (Gal. VI, 7).
Kyrie Eleison.