Mons. Richard Williansom, a partir da imensa graça de converter-se do Anglicanismo para o Catolicismo, começa toda uma trajetória de vida inteiramente consagrada a Deus.
Conta-se que nos esforços de busca de aprofundamento da verdade, recebeu para estudo um perigoso livro de Teilhard de Chardin que logo devolveu, tendo tido a graça de receber a Summa de Sto. Tomás de Aquino, mergulhou na Verdade.
Afim de ser encontrado fiel, como escreve São Paulo, esta foi a divisa que o Pe. Williansom escolheu ao ser sagrado Bispo por Mons. Lefebvre em 30 de junho de 1988.
Conservou-se fiel a essa divisa durante esses 36 anos.
Após uma vida repleta de serviço ao Rei dos reis, N.S.J.C., Mons. Williansom acaba de depor suas armas, vítima de uma hemorragia cerebral. É neste fim de dia 29 de janeiro que ele entrega sua alma a Deus, justamente no dia da festa de São Francisco de Sales, Bispo, Doutor da Igreja e patrono dos jornalistas, ele que escreveu durante anos os “Comentários Eleison”, com sua pena cortante, nutridora das inteligências e fortalecedora das vontades. Como Bispo só tinha uma palavra de ordem: Fidelidade a Deus, como ela se apresentar nas circunstancias. Assim, tornado sacerdote, foi professor em Econe, fundou o Seminário de Ridgefield, depois o de Winona nos Estados Unidos (20 anos), nomeado Reitor de La Reja (6 anos); uma vida entregue ao sacerdócio, na formação de padres, segundo o Coração de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Homem de peça inteira, ele o demonstrou em 2000, por ocasião da peregrinação da Fraternidade a Roma, denunciando as armadilhas estendidas pela Roma modernista e os deslizamentos sucessivos do superior geral de então Mons. Fellay, desejoso de uma reconciliação por “patamares” com os romanos, como o Bispo britânico já via em 2011 com Mons. Tissier de Mallerais e Galarreta seus confrades no episcopado, que posteriormente recuaram e se calaram, a respeito do acordo com a Fraternidade, mas Mons. Williansom conservou sua palavra intacta, contra toda espécie de acordo com o Capítulo Geral da Fraternidade em 2006. Nada de acordo prático sem acordo doutrinal, o que lhe custou ser excluído da Fraternidade em 2012.
A partir da Grã-Bretanha ele continuou até o fim seu ministério, conferindo o Episcopado entre 2015 e 2022 a vários padres instalados em diferentes países.
Prudência de chefe, basta lembrar o período da covid. Ele não relaxou em suas viagens de confirmação e ordenação, conferências e redação semanal de seus Comentários Eleison em 5 línguas.
Se houve tema que ele tratou com frequência foi o do Rosário, que rezava diariamente, pois a Virgem Maria prometeu sua assistência durante a vida e na hora da morte a quem a honrar como filho para com sua mãe.
Lamentamos um Pai que acaba de terminar sua viagem. Guardou a fé íntegra e sem compromisso mundano, honra a ele.
Roguemos ao Bom Jesus que lhe reserve a paz sem fim.
F.B.M.V.