“A Santíssima Virgem revelou ao Bem-aventurado Alano da Rocha que, depois do Santo Sacrifício da Missa, que é o primeiro e mais vivo memorial da Paixão de Jesus Cristo, não havia devoção mais excelente e meritória que o santo Rosário, que é como um segundo memorial e representação da vida e da Paixão de Jesus Cristo Nosso Senhor”.
O Rosário vem do latim Rosarium, que quer dizer: COROA DE ROSAS. Todas as vezes que dizemos uma Ave-Maria é como se déssemos a Nossa Senhora uma linda rosa; com cada Rosário completo Lhe damos uma coroa de rosas. E assim, como nossa Mãe Corredentora que é, intercede a Deus pela nossa salvação.
O Rosário é composto de 150 Ave-Maria, correspondentes aos 150 Salmos da Bíblia (Saltério de Davi). Por isso é chamado saltério do povo.
PROMESSA DA SANTÍSSIMA VIRGEM MARIA
Ao Beato Alano da Rocha, Ela disse: “Grande quantidade de indulgências foi concedida ao meu Rosário, mas fica sabendo que Eu acrescentarei ainda muitas mais, aos que rezarem o terço em estado de graça, de joelhos e devotamente. E a quem nas mesmas condições perseverar nessa devoção, Eu lhe obterei no fim da vida, como recompensa por esse bom serviço, a plena remissão da pena e da culpa de todos os seus pecados”.
E a todos aqueles que rezam o Rosário (diariamente)
Aparecendo-lhe, recomendou que promovesse assiduamente, entre todos os seus irmãos, a devoção ao seu Santo Rosário, e para todos Ela fez as seguintes promessas:
- Terão Sua proteção especialíssima durante a vida.
- Uma morte feliz.
- A eterna salvação de sua alma.
- Não morrerão sem os sacramentos.
- Não serão flagelados pela miséria.
- Tudo obterão por meio do Rosário.
- A devoção ao Rosário será sinal certo de salvação.
- Serão libertados do Purgatório, no dia em que morrerem, os que tiverem rezado o Rosário.
- Terão uma grande glória no céu.
- Aos que propagarem a devoção do Rosário, Maria Santíssima promete socorrer em todas as suas necessidades.
COMO REZAR O ROSÁRIO:
- Segurando o Crucifixo, fazer o Sinal da Cruz e em seguida rezar o Credo.
- Na primeira conta grande, recitar um Pai Nosso.
- Em cada uma das três contas pequenas, recitar uma Ave Maria.
- Após as 3 contas, rezar Glória ao Padre e Ó Meu Jesus.
- A cada dezena, anunciar o Mistério do dia e recitar: 1 Padre Nosso, 10 Ave Maria, 1 Glória e 1 Ó meu Jesus.
- Ao terminar o quinto mistério, o Terço é concluído com a oração da Salve Rainha e as orações pelo Santo Padre e para ganhar indulgências para as benditas Almas do Purgatório – 1 Padre Nosso, 1 Ave Maria, 1 Glória. Ao final, faz-se o Sinal da Santa Cruz.
(*Se rezar o Rosário, a Salve Rainha e as últimas orações serão rezadas ao final dos 3 Terços.)
Sinal da Santa Cruz:
Com a mão aberta, faz-se com o polegar o sinal da cruz 3 vezes: sobre a frente “Pelo sinal da Santa Cruz”, sobre a boca “livre-nos, Deus nosso Senhor”, e sobre o peito “dos nossos inimigos”.
Então faz-se um grande sinal da cruz com a mão aberta desde a frente até o peito: “Em nome do Padre e do Filho e do Espírito Santo. Amém.”
Oferecimento do Santo Rosário:
Santíssimo Nosso Senhor Jesus Cristo, nós Vos oferecemos este Santo Rosário, meditando nos Mistérios de nossa Redenção, concedei-nos, nós Vos suplicamos, as virtudes necessárias para o rezar bem e a graça de ganharmos as indulgências anexas a esta Santa Devoção. Por ele, nós Vos pedimos… (indicar as intenções).
Credo:
Creio em Deus Padre, Todo Poderoso, Criador do Céu e da terra, e creio em Jesus Cristo, um só seu Filho, Nosso Senhor, o qual foi concebido pelo poder do Espírito Santo, nasceu de Maria Virgem, padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado, desceu aos infernos, ao terceiro dia ressurgiu dos mortos, subiu aos Céus, onde está sentado à mão direita de Deus Padre, Todo Poderoso, de onde há de vir a julgar os vivos e os mortos. Creio no Espírito Santo, na Santa Igreja Católica, na comunhão dos Santos, na remissão dos pecados, na ressurreição da carne e na vida eterna. Amém.
Padre Nosso:
Padre nosso, que estais no céu, santificado seja o Vosso nome, venha a nós o Vosso Reino, seja feita a Vossa vontade, assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia, nos dai hoje, perdoai as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores, e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal. Amém.
Ave Maria:
Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco, bendita sois Vós entre as mulheres e bendito é o fruto do Vosso ventre, Jesus. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém.
Glória:
Glória ao Padre e ao Filho e ao Espírito Santo, assim como era no princípio, agora e sempre e por todos os séculos dos séculos. Amém.
Ó Meu Jesus:
Ó meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno, levai as almas todas para o Céu, especialmente as que mais precisarem.
Salve Rainha:
Salve, Rainha, Mãe de misericórdia, vida, doçura e esperança nossa, salve! A Vós bradamos os degredados filhos de Eva. A Vós suspiramos, gemendo e chorando neste vale de lágrimas. Eia, pois, Advogada nossa, estes vossos olhos misericordiosos a nós volvei, e depois deste desterro mostrai-nos Jesus, bendito fruto do Vosso ventre, ó clemente, ó piedosa, doce sempre Virgem Maria. Rogai por nós, Santa Mãe de Deus, para que sejamos dignos das promessas de Cristo. Amém.
Os Mistérios do Santo Rosário
Ao começar cada Terço, anuncia-se o respectivo Mistério e pede-se o fruto correspondente. Então reza-se 1 Padre Nosso, 10 Ave-Maria, 1 Glória, 1 Ó meu Jesus.
Mistérios Gozosos (para terço único, segunda-feira e quinta-feira)
No 1º Mistério, contemplamos A anunciação do Arcanjo São Gabriel à Virgem Maria e a Encarnação do Verbo de Deus em Seu Seio Puríssimo (São Lucas 1:28-32). Por este Mistério, pedimos o fruto da PUREZA.
No 2º. Mistério, contemplamos A visitação de Nossa Senhora a sua prima Santa Isabel e a santificação de São João Batista no ventre de sua mãe (São Lucas 1:41,42). Por este Mistério, pedimos o fruto do AMOR AO PRÓXIMO POR AMOR A DEUS.
No 3º. Mistério, contemplamos O Nascimento do Menino Jesus numa gruta pobre em Belém (São Lucas 2:7). Por este Mistério, pedimos o fruto do ESPÍRITO DE POBREZA.
No 4º. Mistério, contemplamos A Apresentação do Menino Jesus no templo e a Purificação de Nossa Senhora Toda Pura, para cumprir a Lei de Deus (São Lucas 2:22-23). Por este Mistério, pedimos o fruto da OBEDIÊNCIA.
No 5º. Mistério, contemplamos O encontro do Menino Jesus no templo, ensinando aos doutores da lei (São Lucas 2:46). Por este Mistério, pedimos o fruto do ZELO E FERVOR NO SERVIÇO DE DEUS.
Mistérios Dolorosos (para terço único, terça-feira e sexta-feira)
No 1º. Mistério, contemplamos A agonia de Nosso Senhor Jesus Cristo no Jardim das Oliveiras (São Lucas 22:43-44). Por este Mistério, pedimos o fruto da CONTRIÇÃO.
No 2º. Mistério, contemplamos A prisão e a cruel flagelação de Nosso Senhor Jesus Cristo (São João 19:1). Por este Mistério, pedimos o fruto da PENITÊNCIA.
No 3º. Mistério, contemplamos A coroação de Nosso Senhor Jesus Cristo com agudíssimos espinhos (São Mateus 27:28-29). Por este Mistério, pedimos o fruto da HUMILDADE.
No 4º. Mistério, contemplamos A subida de Jesus ao Calvário carregando sua pesada Cruz (São João19:17). Por este Mistério, pedimos o fruto da PACIÊNCIA.
No 5º. Mistério, contemplamos A morte de Nosso Senhor na Cruz (São Lucas 23:46). Por este Mistério, pedimos o fruto da PERSEVERANÇA.
Mistérios Gloriosos (para terço único, quarta-feira, sábado e domingo)
No 1º. Mistério, contemplamos A Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo (São Marcos 16:6). Por este Mistério, pedimos o fruto da VIDA SOBRENATURAL.
No 2º. Mistério, contemplamos A Ascensão de Nosso Senhor Jesus Cristo aos Céus (São Marcos 16:19). Por este Mistério, pedimos o fruto do DESAPEGO DAS CRIATURAS.
No 3º. Mistério, contemplamos A descida do Espírito Santo sobre a Virgem Santíssima e os Apóstolos (Atos dos Apóstolos 2:4). Por este Mistério, pedimos o fruto da UNIÃO COM DEUS.
No 4º. Mistério, contemplamos A Assunção de Nossa Senhora em Corpo e Alma aos Céus (Judite 15:10-11). Por este Mistério, pedimos o fruto do AMOR E A DEVOÇÃO À VIRGEM MARIA E UMA SANTA MORTE EM UNIÃO COM DEUS.
No 5º. Mistério, contemplamos A Coroação de Nossa Senhora no Céu (Apocalipse 12:1). Por este Mistério, pedimos o fruto da CONFIANÇA NA SANTÍSSIMA VIRGEM E A PERSEVERANÇA FINAL PARA A SALVAÇÃO ETERNA.
Ninguém fique, portanto, sem rezar diariamente o Santíssimo Rosário!
TRECHOS DA ENCÍCLICA JUCUNDA SEMPER, DO PAPA LEÃO XIII:
O Rosário manifesta a mediação de Maria. O nosso suplicante recurso ao patrocínio de Maria funda-se no seu ofício de Mediadora da graça divina; ofício que ela – agradabilíssima a Deus pela sua dignidade e pelos seus méritos, e de longe superior em poder a todos os Santos – continuamente exerce por nós junto ao trono do Altíssimo. Ora, este seu ofício talvez por nenhum outro gênero de oração seja tão vivamente expresso como pelo Rosário, onde a parte tida pela Virgem na Redenção dos homens é posta tão em evidência que parece desenrolar-se agora ante o nosso olhar; e isto traz um singular proveito à piedade, seja na sucessiva contemplação dos sagrados mistérios, seja na recitação repetida das preces. Primeiramente se nos apresentam os mistérios gozosos. O Filho eterno de Deus abaixa-se até aos homens, feito Ele próprio homem, mas com o assentimento de Maria, “que o concebe do Espírito Santo”. No mesmo sentido falam os mistérios dolorosos. É verdade que Maria não está presente no horto de Getsêmani, onde Jesus treme e está triste até à morte, e no pretório, onde é flagelado, coroado de espinhos, condenado à morte. Mas já desde tempo ela conhecera e vira claramente todas estas coisas. Com efeito, quando ela se ofereceu a Deus como escrava, para depois se tornar sua mãe, e quando no templo se consagrou inteiramente a Ele, juntamente com o Filho, já desde então, em virtude destes dois fatos, ela se tornou participante da dolorosa expiação de Cristo, para vantagem do gênero humano. Não há, pois, dúvida alguma de que, mesmo por tal razão, durante as cruéis angústias e torturas do Filho ela experimentou no seu coração as mais agudas dores. Aliás, na sua própria presença e sob seus olhos devia consumar-se aquele divino sacrifício (…). Isto se contempla no último e mais comovente destes mistérios. “Estava junto à Cruz de Jesus Maria sua Mãe”, a qual, movida por um imenso amor a nós, para nos ter como seus filhos ofereceu, ela mesma, seu Filho à justiça divina, e com Ele morreu no seu coração, traspassada pela espada da dor. Finalmente, nos mistérios gloriosos, que seguem os dolorosos, é mais copiosamente confirmado este mesmo misericordioso ofício da Virgem excelsa. A Repetição das Ave Marias.
Para este mesmo fim, em perfeita harmonia com os mistérios, tende a oração vocal. Precede, como é justo, a oração dominical dirigida ao Pai celeste. Em seguida, após haver invocado o mesmo Pai com a mais Pobre das orações, do trono da sua majestade a nossa suplicante volve-se para Maria, em obséquio à lembrada lei da sua, mediação e da sua intercessão, expressa por S. Bernardino de Sena com as seguintes palavras: “Toda graça que é comunicada a esta terra passa por três ordens sucessivas. De Deus é comunicada a Cristo, de Cristo à Virgem, e da Virgem a nós” (S. Bernardino de Sena, Sermo VI in Festis B. M. V., De Annunciatione, a. 1, c. 2).
E nós, na recitação do Rosário, passamos por todos os três graus desta escala, em diversa relação entre eles; porém mais longamente, e de certo modo com mais gosto, detemo-nos no último, repetindo por dez vezes a saudação angélica, como que para nos elevarmos com maior confiança aos outros graus, isto é, por meio de Cristo a Deus Padre.
Porquanto, se tornamos a repetir tantas vezes a mesma saudação a Maria, é para que a nossa oração, fraca e defeituosa, seja reforçada pela necessária confiança, confiança que surge em nós se pensarmos que Maria, mais do que rogar por nós, roga em nosso nome. De certo as nossas vozes serão mais agradáveis e eficazes na presença de Deus se forem apoiadas pelos rogos da Virgem; à qual Ele mesmo dirige o amoroso convite: “Ressoe a tua voz ao meu ouvido, porque suave é a tua voz” (Cânt. 2, 14).
Por esta mesma razão, no Rosário nós tornamos tantas vezes a celebrar os seus gloriosos títulos de Mediadora. Em Maria saudamos aquela que “achou favor junto a Deus”; aquela que foi por Ele, de modo singularíssimo, “cumulada de graça”, para que tal superabundância se entornasse sobre todos os homens; aquela a quem o Senhor está unido pelo vínculo mais estreito que existir possa; aquela que, “bendita entre as mulheres”, “só ela dissolveu a maldição e trouxe a bênção” (S. Tom., op. VIII, Sobre a Saudação Angélica, n. 8), ou seja o fruto bendito do seu seio, no qual “todas as nações são benditas”; aquela, enfim, que invocamos como “Mãe de Deus”.
Pois bem, em virtude de uma dignidade tão sublime, que coisa haverá que ela não possa pedir com segurança “para nós pecadores” (…)?
Quando, com devota recordação, repetimos a tríplice ordem dos mistérios, vimos a demonstrar-lhe mais claramente o nosso afetuoso reconhecimento; porque com isto nós professamos que nunca nos fartamos de recordar os benefícios dispensados pela sua inexaurível caridade, para a nossa salvação. Ora, nós podemos ter apenas uma vaga ideia da alegria, sempre nova, que a lembrança destes grandiosos fatos, repetidos com freqüência e com amor em sua presença, pode infundir no seu ânimo bendito, movendo-o a sentimentos de solicitude e de generosidade materna (…).
Porque cada mistério que passa diante do nosso pensamento fornece-nos um novo estímulo para orar, maximamente eficaz perante a Virgem (…).
Extraído de Sel de la Terre, n° 45 (49240 – Avrillé – France).
Leia também: Quatro razões para se rejeitar o novo Rosário